João Gomes fala sobre cuidado com saúde mental depois da fama: 'Às vezes, ficava sem dormir'
17/02/2025
(Foto: Reprodução) Cantor de forró e piseiro foi convidado do g1 Ouviu ao vivo, o podcast e videocast do g1. Ele falou sobre passado musical que misturou batalhas no rap e cantos para 'tocar gado'. João Gomes fala sobre saúde mental: “Não posso negar que tenho que me cuidar”
João Gomes, cantor de forró e piseiro entre os mais ouvidos do Brasil, falou que no começo da carreira costumava "ficar preso" aos comentários negativos nas redes sociais. Agora, ele conta, aprendeu a lidar. "Quem não gosta, não gosta. Eu também não gosto de todo mundo."
Ele falou também dos cuidados que tem com sua saúde mental desde que estourou hits como “Meu pedaço de pecado”, “Coração de Vaqueiro” e “Eu tenho a senha” com sua voz grave e potente. "Às vezes, ficava sem dormir, não dormia direito, quando ia raciocinar algo que tinha feito, ficava preocupado."
João Gomes no g1 Ouviu
Fábio Tito/g1
Ele comentou ainda que acaba trazendo todas as questões familiares para ele, incluindo os pedidos para empréstimos de dinheiro. "Eu trazia tudo isso pra minha responsabilidade e chegou um tempo que eu já não sabia lidar com isso. Eu só queria entregar um bom show. Quando subo no palco, todos os problemas vão embora. Me sinto livre pra cantar."
João Gomes foi o entrevistado no g1 Ouviu ao vivo, o podcast e videocast de música do g1, nesta segunda-feira (17). A conversa fica disponível em vídeo e podcast no g1, no YouTube, no TikTok e nas plataformas de áudio. O cantor e compositor pernambucano estourou aos 18 anos e já fez feats com grandes nomes como Fagner, Vanessa da Mata e L7nnon.
João Gomes antes de entrevista ao programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo. Fotografia feita com técnica de dupla exposição
Fábio Tito/g1
Antes da fama cantando forró e piseiro, João contou que seu início foi em batalhas de rimas. "Minha melhor rima numa batalha foi: 'Não importa a altura da voz, eu ganho de você até calado'", diverte-se ao relembrar que perdeu a batalha. Além do rap, ele se aventurou no esporte. "Queria ser jogador quando criança, por problemas familiares não ia para os treinos. Mas me encontrei na música."
Mas a grande influência musical, claro, sempre foi entre bois. "A música do vaqueiro e toda essa influência é o coração da gente. Foi o primeiro momento que escutei música, nas pegas de boi", contou João, citando a atividade de perseguir e capturar bovinos.
"Meu avô ensinava a gente a tocar o gado. E aí chegava na festa da pega de boi e tinha um momento que essa brincadeira de chamar o gado já era música, já era poesia. A poesia do vaqueiro é muito simples, ela retrata uma saudade de sempre, uma história, mas ao mesmo tempo é uma coisa muito profunda, de muito sentimento."
João Gomes é entrevistado pelas jornalistas Marina Lourenço e Carol Prado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
O cantor contou ainda sobre a escolha de seus chapéus, uma de suas marcas. "Foi uma coisa natural", ele explicou. "Eu já gostava do chapéu de vaqueiro por causa da minha infância. Mas não foi pensado de início. Chegou à nossas mãos de uma forma muito especial. Quando comecei a cantar usava chapéu normal ou boné. Mas quando ia tocar nos lugares, a galera me dava um chapéu e ficava bonito nas fotos."
Em outro momento da entrevista, João falou sobre a aprovação do arrocha e do piseiro em grandes festivais de música, como o Rock in Rio e Rock the Mountain. O cantor estará na programação do evento, que acontece em novembro, no Rio. "É como se fosse o sinal da aprovação. Tem espaço pra todo mundo." Para ele, o piseiro e o forró mais modernizado ainda têm muitos espaços para serem ocupados.
João Gomes é entrevistado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
João Gomes posa para fotos antes de ser entrevistado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1